domingo, 30 de setembro de 2007

Crime no Expresso do Tempo


Lê este pequeno excerto da obra de Luísa Ducla Soares, Crime no Expresso de Tempo, e vais ver que ficarás curioso para saber como vai terminar esta viagem.



Havia dois anos que Marco, maquinista, conduzia o Expresso do Tempo.
Todas as manhãs, às oito em ponto, todas as tardes, às duas horas, recebia uma centena de passageiros na estação, trancava cuidadosamente portas e janelas, ligava a aparelhagem sonora (que substituía a hospedeira em férias).
Então, uma cassete de voz doce explicava:
"Minhas senhoras e meus senhores, vamos iniciar a mais fantástica de todas as viagens, a viagem através do tempo.
Haverá diversas paragens no passado, cuidadosamente escolhidas para interessarem adultos e crianças, sem chocarem ninguém.
No século dezanove vamos assistir à inauguração do caminho-de-ferro em Portugal, com a presença do rei D. Pedro V.
No século quinze veremos Vasco da Gama partir na sua famosa viagem para a Índia.
Na época medieval assistiremos a um torneio a cavalo e a uma sessão musical de trovadores.
Conheceremos o Portugal romano, vendo o teatro de Lisboa a funcionar. Só é pena os actores falarem latim, língua que já ninguém fala.
Finalmente, vamos parar no tempo em que os dinossauros viviam onde hoje estamos.
Coloquem por favor os cintos de segurança e mantenham-nos apertados durante todo o percurso.
Será servido um lanche em 1143, comemorando a fundação de Portugal. As bandejas descerão automaticamente diante de vós.
A Companhia de Viagens Intertemporais a todos deseja uma excursão agradável, instrutiva, que ninguém poderá esquecer."

Luísa Ducla Soares in Crime no Expresso do Tempo

sábado, 29 de setembro de 2007

O Colar de Carolina

Com seu colar de coral,
Carolina
corre por entre as colunas
da colina.

O colar de Carolina
colore o colo de cal,
torna corada a menina.

E o sol, vendo aquela cor
do colar de Carolina,
põe coroas de coral

nas colunas da colina.

Cecília Meireles

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

A Raposa e a Cegonha

A comadre Raposa convidou a sua amiga Cegonha para jantar com ela. A refeição, porém, foi servida nuns pratos baixinhos e a pobre Cegonha, com o seu bico largo e comprido, nada mais pôde apanhar do que uma pequena quantidade de alimento.
- Então, comadre Raposa – lamentou-se ela – eu assim fico cheia de fome. Em pratos tão baixinhos o meu bico não pode apanhar coisa nenhuma!
Ó comadre – respondeu a Raposa, sustendo o riso – lastimo isso muito, mas sabe? Cá em casa todos lambemos bem e não precisamos de pratos mais fundos do que estes.
A Cegonha calou-se, mas nada pôde comer e retirou-se com fome. A Raposa ficou satisfeita com a gracinha e ria-se contente.
Alguns dias depois era ela que recebia o convite da Cegonha para ir lá a casa jantar. Contentíssima, esperando saborear deliciosos pitéus, a Raposa penteou a farta cauda, alisou a pele e foi para casa da Cegonha.
Mas quando ela começou a ver servir o jantar, que desapontamento! Vinha em jarros altos e estreitos, de gargalo comprido, por onde a Cegonha introduzia o bico à vontade, comendo o que queria, mas onde a Raposa mal podia meter a ponta do focinho.
Oh, que desastre, Cegonha! – queixou-se ela. – Com este modelo de pratos fico sem comer...
- É uma lástima – replicou-lhe ela – mas não sei que lhe faça. Cá em casa usa-se assim; todos temos o bico comprido...
A Raposa calou-se, lembrando-se da partida que fizera à Cegonha, dias antes, e da resposta que lhe dera, e não tendo outro caminho a seguir aparentou suportar a graça da Cegonha com o mesmo ânimo com que ela o fizera.

Fábulas de Animais e Outras,
Esopo (Adaptação de Alsácia Fontes Machado), Portugália Editora

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Conto Tradicional

Lê este pequeno conto. Se quiseres podes deixar um comentário ou até um outro conto que conheças e desejes partilhar.

Boa Leitura!


Os três machados

Um camponês deixou cair o machado no rio, e cheio de angústia, pôs-se a chorar.
A Fada das Águas, ouvindo-o chorar, teve pena dele e levou-lhe um machado de ouro, e então perguntou-lhe:
- É este o teu machado?
- Não, não é esse- respondeu o camponês.
A Fada das Águas mostrou-lhe um de prata.
- Não, não é esse- respondeu ainda o camponês.
Então a Fada das Águas trouxe-lhe o que ele tinha perdido no rio.
- É esse – disse o camponês.
Para compensar a honradez com que ele, o camponês, tinha procedido, a Fada das Águas ofereceu-lhe os machados de ouro e de prata.
No regresso, o camponês contou a sua estranha aventura aos camaradas. E um deles teve a ideia de imitá-lo. Foi à beira do rio, deixou cair o machado e pôs-se a chorar. A Fada das Águas apresentou-lhe um machado de ouro e perguntou-lhe:
- É este o teu machado?
O camponês, muito contente, respondeu:
- Sim, sim é o meu.
A Fada das Águas, para castigar a mentira, não lhe deu o de ouro, nem o de aço, que ficou a enferrujar no fundo do rio.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Inscrições


Estão abertas as inscrições para o Clube de Leitura deste ano lectivo.
Queres ser membro deste clube? Informa-te junto das professoras Rita Batista e Ana Roque ou inscreve-te aqui neste espaço.
Contamos contigo! Participa!