As fadas... eu creio nelas!
Umas são moças e belas,
Outras, velhas de pasmar...
Umas vivem nos rochedos,
Outras, pelos arvoredos,
Outras, à beira mar...
Algumas em fonte fria
Escondem-se, enquanto é dia,
Saem só ao escurecer...
Outras, debaixo de terra,
Nas grutas verdes da serra,
É que se vão esconder...
(...)
Umas têm mando nos ares;
Outras, na terra, nos mares;
E todas trazem nas mãos
Aquela vara famosa,
A vara maravilhosa,
A varinha de condão!
O que elas querem, num pronto
Fez-se ali! Parece um conto...
Mesmo de fadas... eu sei!
São condões, que dão à gente
Ou dinheiro reluzente
Ou jóias, que nem um rei!
(...)
Quantas vezes, já deitado,
Ma sem sono, ainda acordado,
Me ponho a considerar
Que condão eu pediria,
Se uma fada, um belo dia,
Me quisesse a mim fadar...
O que seria? Um tesouro?
Um reino? Um vestido de ouro?
Ou um leito de marfim?
Ou um palácio encantado,
Com seu lago prateado
E com pavões no jardim?
Antero de Quental,
Tesouro Poético da Infância,
Lello & irmão Ed.
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