João saiu da escola furioso. Mais uma negativa a matemática! Ia ficar de castigo e, ainda por cima, lhe cortavam a semanada.[...]
Deu um pontapé numa pedra e logo, por azar, trás!, a maldita foi acertar no vidro da drogaria. Plim... plim... plim... desfez-se em cacos.
João largou a correr, atrás dele o droguista, atrás os colegas a rir, numa chacota.
– Que pontaria!
– Não acertas nas contas, mas acertas nas montras.
– Vais ser convidado para a selecção de futebol. Este foi o melhor golo do campeonato.
Fingindo não os ouvir, o rapaz esgueirou-se, saltou para um autocarro, sem saber o destino que levava.
Aos balanços, sacudido para aqui e para além, via passar casas e ruas desconhecidas. Perdido por cem, perdido por mil. Havia de ir até ao fim da carreira. Voltar para casa para quê? Para apanhar um raspanete?
Era quase noite quando o autocarro finalmente parou junto a um largo triste. Apeou-se. Não sabia onde estava. Foi vagueando ao acaso, por entre prédios arruinados, até um jardim onde meia dúzia de árvores erguiam os ramos para o céu, como fantasmas reformados. Doía-lhe a cabeça e tinha a barriga a dar horas. Sentou-se num banco, pousou a mochila ao lado. Não havia por ali vivalma. Mas no banco em frente estava uma pasta de crocodilo.
Sempre fora curioso. Deu dois passos, carregou no fecho dourado e que viu ele?
Milhares e milhares de notas de dez mil. Procurou um nome, uma morada.
Absolutamente nada.
Olhou mais uma vez em volta. Ninguém. Então atirou fora com cadernos e livros e atulhou a mochila com aquela inesperada fortuna.
Não sabia quanto dinheiro tinha. Mas era milionário pela certa.
A cabeça quase lhe andava à roda de fome e entusiasmo. Podia comprar uma quinta, um carro, um cavalo, tudo o que desejasse. Só não podia livrar-se da matemática [...]
Quando chegou a casa, a mãe choramingava e o pai afivelara cara de caso.
[...]
João ria-se por dentro enquanto ouvia os ralhetes e ia quase soltando uma gargalhada ao anunciarem-lhe que lhe cortavam a semanada.
– Pobres pelintras… para que queria eu a esmola deles? – pensou, mas disse
apenas – Pronto. Estou aqui de novo. Posso jantar?
O pai levantou-se numa fúria.
– Pensas que a tua mãe é empregada de restaurante? Aqui as refeições são a horas certas. Passa das nove, ficas sem comer.
Encolhendo os ombros, João foi para o quarto e ligou a televisão portátil. Um sábio com barbas brancas apresentava a sua invenção fantástica: um robô que em nada se distinguia de um ser humano e era dotado de extraordinárias capacidades.
– Este robô fala, come, escreve. Tem a força de um touro e é capaz dos mais complicados cálculos mentais – assegurava o locutor.
João saltou na cadeira. Tivera uma ideia, uma ideia tão luminosa que não dormiu toda a noite.
Luísa Ducla Soares, O Rapaz e o Robô,
Lisboa, Ed. Terramar, 1995 (texto com supressões)
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eu precisava do texto todo para um teste de Lingua Portuguesa que vou ter sobre esta obra.
ResponderEliminarSe tiverem mandem mo para este e-mail:
margaridapires1998@hotmail.com
obrigado.
Lamento ,mas não temos o texto completa. No entanto poderás procurar o livro na biblioteca da tua escola ou na biblioteca municipal.
ResponderEliminarA minha stora foi um dia á biblioteca da minha escola e trouxe o livro desta história
ResponderEliminare agora eu ando a ler com os meus colegas por isso eu tou a ler esta história toda que fixe
EU JÁ LI A HISTÓRIA INTEIRINHA QUANDO ANDAVA NO 5 ANO FOI MUITO ENGRAÇADA
ResponderEliminarEu estou a ler este livro na escola, na aula de português do 5ºano, ainda não acabei mas quero continuar. Até agora foi giro.
ResponderEliminarÉ giro
ResponderEliminaro meu amigo comprou esse livro e emprestou-me e já o li é que é fixeeeee
ResponderEliminaraté e fixe esse livro ando a fazer o resumo na escola desse livro se me poderem dizer onde se encontra o resumo do livro eu agradesia!!!
ResponderEliminaradorei esse livro
ResponderEliminarÉ muinto fiche o libro, eu gustava de u ter todo mas prountos! num fáz male!
ResponderEliminarNão está completo.
ResponderEliminarMas podia estar
esta historia e mesmo fish ja li toda
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