José Maria Pimpão
lá trocou o seu carrito
e, mesmo em segunda mão
parecia o último grito.
Cromou-lhe os pára-choques,
pôs faróis de nevoeiro
e uma buzina estridente
de ensurdecer o parceiro.
No espelho retrovisor,
pendurou uma mascote,
uma bola e uma santinha,
uma boneca com decote.
E pôs o escape a roncar
como se fosse um leão
ou não fosse aquele carro
do Zé Maria Pimpão.
Na oficina do bairro,
escolheu uma cor berrante,
para o seu novo carrinho
ficar mais elegante.
Nessa noite foi ao baile
da colectividade
e quis mostrar a todos
a garrida novidade.
Bebeu cervejas a mais
e uns tintos á mistura
e, à saída, buzinou
só para fazer figura.
Como era um figurão,
mesmo para a malta dali,
anunciou que ia entrar
já no próximo rali.
E escolheu o Zé marosca
para ser o seu parceiro,
troféus não faltariam
e nem sequer bom dinheiro.
Carro novo e muito copos
deixaram-lhe a sensação
de, mesmo estando parado,
já ser grande campeão.
A malta vendo-o passar,
fosse Inverno ou Primavera,
nem lhe chamava pimpão,
só lhe chamava «Acelera».
Ao volante do carrito,
com prego sempre fundo,
o acelera do bairro
parecia senhor do mundo.
Passava à porta da escola
acelerando e buzinando,
para atrair as miúdas
com o seu andar de malandro.
De escape aberto a roncar,
com rádio muito alto,
parecia um tanque de guerra
a preparar o assalto.
Se parava num semáforo
olhava logo para o lado
com ar desafiador
para quem lá estava parado.
E até parecia dizer:
“Vamos fazer uma corrida
e sou eu que vou ganhar,
nem que arrisque a própria vida”
Para a malta da pesada
lá da colectividade,
o Pimpão era o herói
que deslumbrava a cidade.
(...)lá trocou o seu carrito
e, mesmo em segunda mão
parecia o último grito.
Cromou-lhe os pára-choques,
pôs faróis de nevoeiro
e uma buzina estridente
de ensurdecer o parceiro.
No espelho retrovisor,
pendurou uma mascote,
uma bola e uma santinha,
uma boneca com decote.
E pôs o escape a roncar
como se fosse um leão
ou não fosse aquele carro
do Zé Maria Pimpão.
Na oficina do bairro,
escolheu uma cor berrante,
para o seu novo carrinho
ficar mais elegante.
Nessa noite foi ao baile
da colectividade
e quis mostrar a todos
a garrida novidade.
Bebeu cervejas a mais
e uns tintos á mistura
e, à saída, buzinou
só para fazer figura.
Como era um figurão,
mesmo para a malta dali,
anunciou que ia entrar
já no próximo rali.
E escolheu o Zé marosca
para ser o seu parceiro,
troféus não faltariam
e nem sequer bom dinheiro.
Carro novo e muito copos
deixaram-lhe a sensação
de, mesmo estando parado,
já ser grande campeão.
A malta vendo-o passar,
fosse Inverno ou Primavera,
nem lhe chamava pimpão,
só lhe chamava «Acelera».
Ao volante do carrito,
com prego sempre fundo,
o acelera do bairro
parecia senhor do mundo.
Passava à porta da escola
acelerando e buzinando,
para atrair as miúdas
com o seu andar de malandro.
De escape aberto a roncar,
com rádio muito alto,
parecia um tanque de guerra
a preparar o assalto.
Se parava num semáforo
olhava logo para o lado
com ar desafiador
para quem lá estava parado.
E até parecia dizer:
“Vamos fazer uma corrida
e sou eu que vou ganhar,
nem que arrisque a própria vida”
Para a malta da pesada
lá da colectividade,
o Pimpão era o herói
que deslumbrava a cidade.
José Jorge Letria, Zé Pimpão «O Acelera», Terramar
este livro e muito fixe(bonito).
ResponderEliminarabraços e bjs
Eu vou ler este livro em Portugues, parece ser bonito ^^
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