quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

No âmbito do contrato de leitura, nossa amiguinha Rosa Palma, número 23 do 6ºB leu a obra "Graças e desgraças na corte de El-Rei Tadinho" de Alice Vieira


Indicações bibliográficas da obra:


Título - "Graças e desgraças da corte de El-Rei Tadinho”
Autora - Alice Vieira
Ilustradora - Teresa Dias Coelho
Colecção - “Obras de Alice Vieira”
Número de edição - 15º
Editora – Caminho

Indicações biográficas da autora


Nome da autora - Alice Vieira
Ano de nascimento – 1943
Local de nascimento – Lisboa
Profissão - Escritora e Jornalista
Algumas obras da autora – “Rosa, minha irmã Rosa”; “A espada do rei Afonso”; “Águas de Verão”; “Paulina ao piano”; “A lua não esta à venda”; “Caderno de Agosto”; “Se perguntarem por mim digam que voei”...

Resumo da obra



Era uma vez um rei que se chamava Tadinho. Certo dia, apareceu, no castelo, o Dragão do reino a reclamar porque el-rei Tadinho tinha dito que quem o matasse podia casar com a princesa, sua filha. El-rei Tadinho, sem saber o que se passava, chamou o conselheiro. Este disse que tinha sido ele a dizer isso. O dragão ficou muito ofendido e pediu uma compensação. Então o rei disse que o dragão podia casar com a sua filha. O dragão, todo contente, disse que passado uma semana iria voltar para reclamar a sua noiva.
Depois de o dragão se ter ido embora, o rei lembrou-se que era solteiro e que não tinha filhas. El-rei Tadinho aflito mandou chamar a bruxa para lhe dar uma ajudinha. A bruxa pensou, pensou, pensou… e disse que no dia do casamento iria aparecer e iria ler um discurso onde pediria desculpa pela situação. O rei, sem outra alternativa, aceitou.
Finalmente chegou o grande dia e a bruxa apareceu com o discurso onde incluía palavras que a bruxa não conhecia, palavras difíceis, inglesas e algumas que até nem sequer existiam. Mas quando o dragão chegou e olhou para a bruxa levou-a pensando que era a filha do rei. Ou seja o reino agora não tinha bruxa. O rei mandou chamar o conselheiro para pôr um anúncio no jornal.
Passaram-se dois anos a ler cartas com as respostas de bruxas ao anúncio, das quais só foram aprovadas cinco. El-rei Tadinho atendeu quatro e não gostou de nenhuma. Só ficou a faltar uma bruxa, mas El-rei deixou-a para o dia seguinte.
Ao acordar, o rei sentia-se estranho. Mandou chamar a quinta bruxa, que se chamava Riquezas-sua-avó, na esperança que ela o curasse. Riquezas observou o rei e disse que devia ser algum fusível queimado. Desenroscou-lhe a cabeça, mexeu na massa cinzenta, ligou uns fios e voltou a pôr a cabeça em cima do pescoço do rei. O rei estava como novo e a bruxa Riquezas estava contratada.
Passado algum tempo o rei casou-se com ela e tiveram muitos filhos.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

A Raluca, nº 22, do 6º B, leu o livro "Não confio a ninguém os meus segredos", no âmbito do contrato de leitura.


O livro que eu li chama-se “Não confio a ninguém os meus segredos”e foi escrito por Jacqueline Wilison. Este livro, conta a história de duas adolescentes com famílias totalmente diferentes que se conhecem na escola.





Nome: Jacqueline Wilison
Data de nascimento: 17 de Dezembro 1945
Local de nascimento: Beth (Britânia)
Profissão: Editora, jornalista D.C
Algumas obras: “Quero ser uma vedeta famosa”, “Um anjo chamado Vicky”, “Uma Miúda Ousada", “Miúdas à beira de um ataque de nervos”, “Gosto de sair à noite” e “Miúdas Apaixonadas”





Resumo

Não confio a ninguém os meus segredos



Duas adolescentes com vidas totalmente diferentes partilham o mesmo desejo de ultrapassar a solidão e esquecer a família que têm. No caso de Índia o dinheiro não lhe falta, mas tem uma família insuportável - o pai que está diferente e a mãe louca por moda. Quanto a Tresaure vive numa casa simples com a avó, que adora, embora esteja com medo que a mãe a venha buscar para viver com o seu terrível padrasto, o Terry.
A Tesaure imaginou cruéis torturas para o Terry e escreveu-as no seu “Caderno de Torturas para o Terry”, mas a sua meia-irmã, a Bethani, descobriu e foi contar ao seu pai. Ele ficou tão furioso que tirou o cinto e bateu-lhe, fazendo-lhe um golpe na testa. A sua avó não ficou indiferente e levou Tesaure para ir viver, em sua casa, com a sua filha Loretta e a sua neta Patssy.
É, então, que Tesaure conheceu Índia, uma jovem muito rica, cuja mãe era a famosa estilista Maya Umpton, mas o seu pai que não lhe ligava nenhuma.
Um dia, os pais da Tesaure queriam levá-la para casa. Ela teve de passar o dia todo fora para não a encontrarem. Porém, os pais conseguiram encontrá-la, mas ela fugiu e recorreu à sua amiga Índia que a abrigou no sótão e deu-lhe tudo o que precisava, sem que ninguém desconfiasse. Ela até apareceu nas notícias. Os pais ofereciam recompensa a quem a encontrasse. A polícia acusou o Michel Trapalhão de a ter assassinado.
A Índia prometeu a Tesaure que diria à sua avó que ela estava bem. Mas não conseguiu dizer-lhe, porque a rua estava cheia de polícias. Um dia, a Índia comprou vários presentes, mas quando a Índia chegou ao sótão estava tudo escuro e pensou que a Tesaure tinha ido embora. Mas ela estava lá só que muito encolhidinha. A Índia acabou por ficar com a Tesaure no sótão e desenharam as pessoas mais especiais na parede. A Índia acabou por adormecer com ela.
No dia seguinte, a avó da Tesaure, foi a escola perguntar à Índia onde é que a sua neta estava. A Índia acabou por lhe contar e ambas foram vê-la. A Tesaure ficou muito contente por ver a sua avó. Ela, inicialmente, não queria ir para casa, mas acabou por aceitar.
A Tesaure, a Loretta, a Patssy e a avó da Tesaure viveram felizes na sua casa. A mãe da Tesaure e o Terry ficaram em sua casa, e de vez em quando iam visitar a Tesaure.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

A Noite dos Animais Inventados

No âmbito do contrato de leitura o Afonso Domingues, nº1, do 6ºB leu a obra "A Noite dos Animais Inventados" de David Machado.



A Noite dos Animais Inventados



Era de noite e Jonas não conseguia dormir. Ao seu lado dormiam Jeremias, Jacinto e Jaime, seus irmãos.
Jonas sentia arrepios nas costas porque o quarto estava escuro, via sombras em todo o lado e o silêncio era muito. Tapou a cabeça e tentou pensar em coisas boas, pensou nos berlindes coloridos, barcos à vela, na história da “Corrida dos Carros mais louca do Mundo” e na Quinta da avó. Dentro da quinta da avó, imaginava-a a cozer uma manta, o avô tirando o leite da vaca e as galinhas a correr.
Quando pensou nas galinhas sorriu, pensou como era bom ter ali uma galinha para não ter medo. Inventou uma galinha e o seu medo desfez-se em papelinhos de muitas cores e Jonas tapou a cabeça. A sua galinha usava a madeira da cama como poleiro e olhava-o fascinada, parecia real e Jonas gatinhou em cima da manda devagar para não espantar a galinha, fez-lhe uma festa nas penas.
A galinha cacarejou e acordou Jeremias. Este perguntou ao irmão, o que estava a fazer e Jonas contou-lhe. Jeremias viu a galinha e disse a Jonas que quando não tinha sono inventava leopardos. Jonas achou perigoso mas Jeremias disse-lhe que este leopardo era amigo e inventou um para o irmão ver.
Passado alguns segundos o leopardo apareceu e depois viu a galinha, saltou da cama de Jeremias para a cama de Jonas a trás da galinha, mas ela começou a voar.
Com este barulho acordaram os gémeos, Jacinto e Jaime. Jacinto viu a galinha e Jaime o leopardo e decidiram competir para ver quem era o mais imaginativo.
Enfiaram-se nos lençóis, Jacinto inventou uma avestruz e Jaime um camelo, a avestruz assustou-se e enfiou a cabeça num chinelo e o camelo comeu a alcatifa. Jonas queria acender a luz mas os gémeos não deixaram e enfiaram-se na manta. Quando saíram apareceram muitos pirilampos. Jeremias teve pena da galinha fugitiva e meteu-se na manta.
Quando saiu havia um elefante na sua cama e a galinha voou para cima da tromba dele e o leopardo já não a apanhou. Jonas estava contente e voltou a imaginar, desta vez inventou uma tartaruga enquanto que os gémeos imaginaram uma matilha de lobos.
O tempo foi passando e já era quase manhã, havia um tigre, morcegos, uma borboleta, um urso, uma vaca, um casal de porcos, um cão, um gato e ratos. Era uma confusão, havia ainda lagartixas, bichos-de-conta, formigas, papagaios.
Jaime e Jacinto disputavam, Jacinto criou uma zebra e os gémeos criaram um pónei, um rinoceronte, um pavão e uma girafa. Jaime decidiu inventar o melhor animal, colossal dinossauro grande, que enchia o quarto. Jaime tentou fazê-lo desaparecer mas não conseguiu.
Neste momento o sol nasceu e as crianças não sabiam que fazer, antes de o pai e a mãe chegarem. Mas Jonas teve uma ideia, criar uma floresta para meter os bichos e todos começaram a imaginar.
Depois da floresta imaginaram criaram um comboio e uma estação no quarto. Como já não havia mais espaço a estação ficou no armário, tinha carruagens e maquinista.
Jonas agradeceu a companhia e quando a mãe e o pai apareceram para os acordar desapareceu a última carruagem.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O Tesouro dos Maruxinhos

O nosso colega Raúl Manuel Inácio do 6ºC, tal como outros colegas, apresentou desta forma o seu livro lido no âmbito do contrato de leitura.(tinha música a acompanhar, só que eu não sei colocar, sorry!!!!)

Contrato Leitura 1ºPp
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terça-feira, 16 de dezembro de 2008

A Árvore

A aluna Cristiana Costa, nº 9, do 6ºB, no âmbito do contrato de leitura, leu a obra "A Árvore" de Sophia de Mello Breyner Andresen.




Indicações bibliográficas da obra



Título- “A Árvore”
Autora- Sophia de Mello Breyner Andresen
Ilustradora- Teresa Olazabal Cabral
Editora- Figueirinhas



O livro “A Árvore” tem dois contos: “A Árvore” e “O espelho ou retrato-vivo”. Depois de ler a obra resolvi apresentar o resumo do último.


O espelho ou o retrato-vivo


Em tempos muito antigos viviam numa aldeia do Japão um casal que vivia feliz. Tinham uma filha pequenina e muito bonita que era o retrato vivo da sua mãe.
Moravam os três numa casa muito limpa e bonita. E aquele homem e aquela mulher queriam viver no sossego daquela casa com a filha.
Mas um dia o pai, que era negociante de chá, teve de ir a Kioto, capital do Japão, tratar de uns negócios. A mulher tinha muito medo que o marido fosse assaltado, ou adoecesse, sozinho numa terra desconhecida, ou até que se perdesse no caminho, pois kioto era muito longe. As viagens eram difíceis, demoradas e perigosas.
Entre quatro meses esse homem esteve ausente.
A mulher contava as semanas e os dias um a um. Até que um certo dia no fim da tarde, um vizinho bateu à porta.
E disse que lá num monte alto tinha visto o homem, o qual tinha estado a trabalhar nos 4 meses passados. Foi tanta alegria quando o homem apareceu à porta, até bateram palmas.
O homem trouxe bastantes presentes para a mulher e para a filha. Depois a menina foi-se deitar, e o homem ainda deu um outro presente à mulher, a mulher ficou curiosa.
O homem trouxe um espelho para a mulher, uma coisa nada conhecida naquela zona, a mulher, espantada, ficou muda, olhando para o espelho.
A mulher não entendeu aquilo como um espelho, mas sim como um retrato vivo, a mulher ficou maravilhada e nos dias seguintes não pensou noutra coisa se não no espelho. Depois guardou o espelho e nunca mais se viu nele.
À medida que a filha ia crescendo ia-se tornando cada vez mais parecida com a mãe. Mas, quando ela já tinha 15 anos, a mãe adoeceu e ninguém a conseguia curar.
A mãe já estava a pensar que ia morrer e resolveu contar à filha do espelho, ela disse à filha que quando morresse, para abrir a caixa e vê-la. Mas disse também que era um segredo para não revelar.
A mãe morreu e a casa ficou silenciosa e vazia!
Depois a rapariga lembrou-se do que a mãe lhe tinha dito e foi buscar o espelho, o rosto de sua mãe surgiu à sua frente. Ela sorriu e o espelho sorriu também, mas não era o rosto de sua mãe nos últimos tempos, era a mãe jovem e linda na sua infância.
Uma noite o pai estava a passear na varanda e da janela conseguiu ver a filha a olhar para o espelho que ele tinha dado à sua mulher uns tempos antes de morrer.
O pai entrou no quarto da filha e a filha explicou-lhe tudo. Levaram ali a noite.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Noites no Sótão

O João Duarte, nº17, do 6ºB, leu a obra "Noites no Sótão" de Maria Teresa Maia Gonzales" no âmbito do contrato de leitura.

Indicações bibliográficas da obra


Título – Noites no Sótão;
Autor – Maria Teresa Maia Gonzalez;
Ilustrador – Nuno Fonseca;
Colecção – Profissão: Adolescente;
Volume – Nº 15;
Nº da Edição – Nº1;
Editora – Difel.


Noites no sótão


O livro que eu escolhi fala de um jovem de 18 anos, ele é bonito, atraente e desportivo.
Quando o Dinis era criança passava muito tempo no sótão da sua casa, porque o seu pai era “bêbado” e, por vezes batia na mulher e nos filhos. No sótão, ele deixou muitas lágrimas e mágoas da sua vida.
Nos momentos difíceis Dinis contou com a ajuda de muitos amigos, um dos quais, o Duarte, acaba por o ajudar, quando um dia o pai veio do café bêbado e bateu na mulher e nos filhos, partindo o maxilar inferior da mãe com um murro e ao filho, o Tó Bé, provocou várias nódoas negras.
O Dinis revoltado com toda aquela situação, decidiu colocar o seu pai em tribunal.
A mãe dele, com o medo que tinha do marido acabou negando o que tinha acontecido.
Foram acontecendo várias cenas de violência, até que os avós maternos disseram que a família, excepto o pai, iriam para casa deles, que ficava em Alverca.
A partir daí o Dinis começou a trabalhar e a conciliar os estudos.
Os avós compraram-lhes uma casa e, com dinheiro que o Dinis ganhava e a mãe conseguiam pagar as despesas.
Finalmente a mãe decidiu divorciar-se do marido e o Dinis conseguiu viver em paz com uma namorada, a Maria, uma rapariga meiga e adorável.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Vem aí o Zé das Moscas

No âmbito do contrato de leitura os alunos fizeram o resumo das obras lidas. A partir de hoje vou deixar aqui alguns dos resumos.

O Zé das Moscas andava sempre com as moscas atrás dele a zumbirem. Zzzzzz, zzzzz... e já não podia mais! Um dia, decidiu que tinha de resolver o seu problema e lá foi ele à procura da cura.
Foi falar com várias pessoas importantes na sociedade: o médico, o comandante da polícia, o advogado e o veterinário, mas nenhum destes o conseguiu ajudar, pelo contrário parecia que até se riam dele, em vez de o tentarem ajudar a encontrar uma solução para o problema dos zumbidos.
O veterinário disse-lhe para procurar a ajuda do juiz da cidade. Podia ser que ele lhe resolvesse o problema. Quando chegou ao pé do juiz, explicou-lhe a situação, mas este já sabia o que se passava, pois tinha acabado de almoçar com as pessoas a quem o Zé já tinha recorrido, e que o informaram de tudo.
O juiz aconselhou-o a matar as moscas e passou-lhe até uma licença, onde o autorizava a matá-las, uma vez que não se deve fazer isso, pois isso é um crime e pode-se ir preso.
O Zé das Moscas ouvia sempre o que as outras pessoas diziam e aconselhavam e fez o que o juiz lhe disse. Assim, como viu uma mosca em cima da cabeça do juiz, matou-a. Acabou por deixar o juiz a ouvir os zumbidos e ele curou-se.

Resumo elaborado por Luís Caetano 6ºB

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Sherazade e o rei Shahryar

Quando Shahryar, o rei de um país que hoje seria entre o Irão ou a Índia, descobriu que a sua mulher lhe era infiel, mandou executá-la.
Ficou tão zangado que todos os dias, Shahryar casava-se com uma bela e jovem mulher e, no dia seguinte, mandava-a decapitar.
Shahryar também casou com Sherazade, a lindíssima filha do vizir.
Decidida a não morrer às mãos do rei, Sherazade fez um plano para se manter viva e escapar à execução.
Assim, na noite de núpcias, Sherazade contou uma intrigante e apaixonante história ao rei.
Mas o amanhecer chegou sem que ela tivesse acabado de contar a história e, como esta se encontrava no seu apogeu, o rei decidiu esperar pela noite seguinte para saber o desfecho.
Acontece que, na noite seguinte, Sherazade terminou de contar a história. Mas rapidamente encadeou nessa uma outra história ainda mais fascinante.
E assim, noite após noite, Sherazade contava todas as histórias que conseguia inventar e, quando o Sol anunciava o nascer de um novo dia, ela terminava o seu relato, mas sempre de forma a manter o rei interessado na noite seguinte.
Mil e uma noites correram, cada uma com uma história diferente. Quando Sherazade esgotou a sua fonte de imaginação, já o rei Shahryar se tinha apaixonado por ela.
E assim viveram felizes pelo resto das suas vidas.
Foi desta forma que nasceram as histórias das Mil e Uma Noites...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

As orelhas do abade

Um sujeito bom caçador convidou o abade da sua freguesia para ir comer com ele duas perdizes guisadas, e deu-as à mulher para as cozinhar. A mulher, raivosa por não contarem com ela, cozinhou as perdizes e comeu-as. Nisto chega o abade muito contente, e diz-lhe a mulher:
- Fuja, senhor abade, que o meu homem jurou que lhe havia de cortar as orelhas, e isto das perdizes foi um pretexto para cá o pilhar.
O abade não quis ouvir mais, e ele por aqui me sirvo.
O marido chega, e diz-lhe a mulher:
- O abade aí veio, viu as perdizes, e não queria esperar mais por ti, pegou nelas ambas e foi-se embora.
O homem vem à porta da rua, e ainda vê o abade fugindo, e começa a gritar:
- Ó senhor abade! Pelo menos deixe-me uma.
- Nem uma, nem duas! - respondeu ele lá de longe.

Teófilo Braga

terça-feira, 18 de novembro de 2008

O Milagre das Rosas- Desafio

Conta a lenda que o rei D. Dinis foi informado sobre as acções de caridade da rainha D. Isabel e das despesas que implicavam para o tesouro real.
Um dia, o rei decidiu surpreender a rainha numa das suas habituais caminhadas para distribuir esmolas e pão aos necessitados. Reparou que ela procurava disfarçar o que levava no regaço. D. Dinis perguntou à rainha onde ia e ela respondeu que se dirigia ao mosteiro para ornamentar os altares. Não satisfeito com a resposta, o rei mostrou curiosidade sobre o que ela levava no regaço. Após alguns momentos de atrapalhação, D. Isabel respondeu: "São rosas, meu senhor!". Desconfiado, o rei acusou-a de estar a mentir, uma vez que não era possível haver rosas em Janeiro. Obrigou-a, então, a abrir o manto e revelar o que estava lá escondido. A rainha Isabel mostrou, perante os olhos espantados de todos, as belíssimas rosas que guardava no regaço. Por milagre, o pão que levava escondido tinha-se transformado em rosas. O rei ficou sem palavras e acabou por pedir perdão à rainha que prosseguiu com a sua intenção.
A notícia do milagre correu a cidade de Coimbra e o povo proclamou santa a rainha Isabel de Portugal.

Olá meus amiguinhos!
O desafio desta semana consiste em ler atentamente a lenda "O milagre das Rosas" e fazer uma ilustração para a mesma. Entrega-a à professora Rita Batista ou faz o teu desenho, digitaliza-o e envia-o por mail para

Fico à espera da vossa contribuição!

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Lenda do Galo de Barcelos


A lenda do galo de Barcelos já é muito antiga. Diz-se que tudo aconteceu no séc. XVI...
Conta a lenda que todos andavam muito assustados em Barcelos por causa de um crime que lá se tinha passado. É que o criminoso ainda não tinha sido descoberto e isso deixava as pessoas com medo.
Certo dia, apareceu na zona um galego (espanhol da região da Galiza) que passou logo a ser o principal suspeito. As autoridades acharam que era ele o culpado pelo crime e prenderam-no.
O galego defendeu-se, dizendo que ia a caminho de Santiago de Compostela para pagar uma promessa, mas ninguém acreditou nele...
Com toda a gente contra o galego, e ele sem poder provar que estava inocente, acabou por ser condenado à forca.
Como última vontade, o galego pediu que o levassem até ao juiz que o tinha condenado. Quando o galego chegou a casa do juiz, ele estava a deliciar-se com os amigos com um grande banquete. Voltou a dizer que estava inocente, mas, mais uma vez, ninguém acreditou nele...
Então, o condenado reparou num galo assado que estava numa travessa na mesa, prontinho para ser comido, e disse:- É tão certo eu estar inocente como certo é esse galo cantar quando me enforcarem.
Todos se riram da afirmação do homem mas, mesmo assim, resolveram não comer o galo.Mas, quando chegou a hora de enforcarem o galego, na casa do juiz o galo assado levantou-se e cantou.
Afinal, o homem estava mesmo inocente!
O juiz correu até ao sítio onde ele estava prestes a ser enforcado e mandou soltá-lo imediatamente.
Passados alguns anos, o galego voltou a Barcelos e mandou construir um monumento em louvor à Virgem e a São Tiago para lhes mostrar o seu reconhecimento.


quarta-feira, 12 de novembro de 2008

E um dia aconteceu...



No reino da Pasmaceira nada acontecia.

As pessoas faziam todas os mesmos gestos, as mesmas expressões, tinham os mesmos sorrisos, num hábito sonolento e mole. O Rei dava sempre as mesmas audiências, as mesmas ordens aos mesmos ministros, que as aceitavam em reverências servis, sempre iguais, sempre as mesmas.

A certa altura começaram a acontecer coisas extraordinárias. Foi como que uma lufada de ar fresco, que agitou tudo e todos.

Apareceu uma mosca pintada no imponente nariz do retrato de Senhor Comendador, o que surpreendeu e escandalizou toda a gente.

O capachinho do boticário, por vezes levantava e baixava como um chapéu, cumprimentando para a direita e para a esquerda, perante a aflição do pobre homem, que não sabia como sair de tal situação, enquanto os que por ele passavam, riam a bom rir.

No coro da igreja, a Elsinha desafinou várias vezes, ela que tinha sempre a voz tão afinadinha!...

No açucareiro do sapateiro, em vez de açúcar apareceu sal!...

Quem seria, quem não seria, toda a gente andava intrigada e desejosa de descobrir o autor das proezas, mas por mais esforços que fizesse, nada conseguia.

Com todos estas situações imprevistas, o interesse geral pelo desenrolar dos acontecimentos era cada vez maior e as pessoas, quando se encontravam nas ruas comentavam esses estranhos acontecimentos.

Chegaram a marcar reuniões para se discutir o que tinha acontecido e o que poderia talvez vir a acontecer.

As crianças nas suas brincadeiras, tentavam imitar essas “partidas”, o que lhes dava mais vivacidade.

Um dia, o rei encontrou um rato no sapato. Deu-lhe um pontapé e, os criados ao verem o bicho às cambalhotas no ar fugiram atrapalhados, receando que lhes caísse em cima, enquanto os ministros, que esperavam para serem recebidos, riam a bom rir...

Mas, o engraçado é que, nesse momento, apareceram não se sabe como, espalhadas pelo chão, muitas bolinhas de cristal que os fizeram escorregar e cair, em posição ridícula.

E foi a vez de o rei soltar sonoras gargalhadas.

A que se devia, afinal, esta transformação radical no reino da Pasmaceira?

Um mini duende, pequenino como uma abelhinha, tinha resolvido fazer das suas...

E enquanto, o rei mandava decretar que a partir desse dia o reino passaria a chamar-se Reino da Alegria ela, escondida entre as pétalas duma rosinha, ria, ria, ria...

Renata Gil

In Boletim Cultural da Fundação Calouste Gulbenkian

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A avó Cremilde

O que a avó Cremilde gosta de trabalhar em lãs!...
E é sempre uma surpresa, uma linda surpresa, o que surge das mãos da avó Cremilde. Porque nunca se vê o trabalho antes de terminar e as medidas estão sempre certas. Nem grandes demais, nem pequenas. Tudo exactamente como é preciso.
De todos estes trabalhos sobram novelinhos que a avó Cremilde guarda na caixa de sapatos, muito apertadinhos uns contra os outros, por serem tantos já.
E os netos da avó Cremilde e os pais deles sentem-se felizes, vestidos com abafos de lã feitos por ela.
Quem não se sente lá muito contente são os restos de lã. Eles todos, que tinham julgado ir fazer parte das blusas, das camisolas, dos gorros, das luvas, das mantas e das botas, encontram-se ali tristes, guardados.
Cada vez chegam mais pequenos novelos. Pretos, cinzentos, vermelhos, rosa, cremes, laranja, roxos...
Cada vez que a tampa se ergue, eles ficam à espera, à espera de sair da caixa; mas é sempre mais um pequeno novelo que vai cair no meio deles. São já tantos que a avó Cremilde tem de os apertar bem apertadinhos...
Um dia, a caixa sentiu que tampa era levantada uma vez mais.
Os novelos já não se interessaram. Devia ser mais um a vir fazer-lhes companhia.
Mas ouviram uma voz de criança exclamar:
- Tantos, tantos, avó, parece o arco-íris...
E calou-se. A avó Cremilde ficou a olhar os pequenos novelos. A olhar, muito calada.
A Inês disse:
- Que foi, avó?
- Nada, minha querida, vai brincar; a avó já vai.
A Inês saiu a correr. A avó Cremilde ficou a olhar, a olhar os novelos. Depois riu-se.
Pegou na caixa destapada. Os novelos, sem perceberem nada, sentiram-se despejados sobre a mesa da sala de costura. A avó Cremilde já tinha ali à mão as suas queridas agulhas.
Escolheu, escolheu as cores, os tamanhos e colocou-os todos arrumadinhos, lá numa ordem que só ela sabia para que servia. E desatou a trabalhar.
Trabalhou toda a tarde e em outras tardes. O que ela estava a fazer, ninguém sabia, como sempre.
Mas, no outro fim-de-semana, quando a Inês voltou a casa da avó e pediu: “Eu queria ver outra vez a caixa das lãs que parecia o arco-íris...”, a avó Cremilde mostrou-lhe a caixa vazia, mas mostrou-lhe também uma boina, um casaquinho e umas luvas de muitas e bonitas cores bem combinadas.
- Oh, avó, tão lindo!...
A Inês, mesmo com cinco anos, compreendeu. Viu que o arco-íris de lã passara da caixa para a boina, o casaco e as luvas.
E, quando a avó lhe disse que aquilo era para ela, ficou tão contente que beijou muitas vezes o rosto engelhado e feliz da avó Cremilde.
Mas, contentes, muito mais contentes que a Inês e a avó, estavam todos os restos de lã por terem saído da caixa de sapatos e se sentirem úteis, transformados naquela boina, naquele casaco e naquelas luvas realmente tão alegres e bonitas, parecendo o arco-íris, tal como, uma semana antes, a Inês afirmara.
Margarida Ofélia,
História de Uma História e Outras

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Lenda-A Padeira de Aljubarrota

Brites de Almeida não foi uma mulher vulgar. Era feia, grande, com os cabelos crespos e muito, muito forte. Não se enquadrava nos típicos padrões femininos e tinha um comportamento masculino, o que se reflectiu nas profissões que teve ao longo da vida. Nasceu em Faro, de família pobre e humilde e em criança preferia mais vagabundear e andar à pancada que ajudar os pais na taberna de donde estes tiravam o sustento diário. Aos vinte anos ficou órfã, vendeu os poucos bens que herdou e meteu-se ao caminho, andando de lugar em lugar e convivendo com todo o tipo de gente. Aprendeu a manejar a espada e o pau com tal mestria que depressa alcançou fama de valente. Apesar da sua temível reputação houve um soldado que, encantado com as suas proezas, a procurou e lhe propôs casamento. Ela, que não estava interessada em perder a sua independência, impôs-lhe a condição de lutarem antes do casamento. Como resultado, o soldado ficou ferido de morte e Brites fugiu de barco para Castela com medo da justiça. Mas o destino quis que o barco fosse capturado por piratas mouros e Brites foi vendida como escrava. Com a ajuda de dois outros escravos portugueses conseguiu fugir para Portugal numa embarcação que, apanhada por uma tempestade, veio dar à praia da Ericeira. Procurada ainda pela justiça, Brites cortou os cabelos, disfarçou-se de homem e tornou-se almocreve. Um dia, cansada daquela vida, aceitou o trabalho de padeira em Aljubarrota e casou-se com um honesto lavrador..., provavelmente tão forte quanto ela.
O dia 14 de Agosto de 1385 amanheceu com os primeiros clamores da batalha de Aljubarrota e Brites não conseguiu resistir ao apelo da sua natureza. Pegou na primeira arma que achou e juntou-se ao exército português que naquele dia derrotou o invasor castelhano. Chegando a casa cansada mas satisfeita, despertou-a um estranho ruído: dentro do forno estavam sete castelhanos escondidos. Brites pegou na sua pá de padeira e matou-os logo ali. Tomada de zelo nacionalista, liderou um grupo de mulheres que perseguiram os fugitivos castelhanos que ainda se escondiam pelas redondezas. Conta a história que Brites acabou os seus dias em paz junto do seu lavrador mas a memória dos seus feitos heróicos ficou para sempre como símbolo da independência de Portugal. A pá foi religiosamente guardada como estandarte de Aljubarrota por muitos séculos, fazendo parte da procissão do 14 de Agosto.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Lenda Árabe


Diz uma lenda árabe que:

Dois amigos viajavam pelo deserto e num determinado ponto da viagem, discutiram e um deu uma estalada no outro.O outro, ofendido, sem nada poder fazer,escreveu na areia:

-Hoje, o meu melhor amigo deu-me uma estalada.

Seguiram adiante e chegaram a um oásis onde resolveram tomar banho.

O que levou um estalo e ficou magoado começou a afogar-se, sendo salvo pelo amigo. Ao recuperar-se, pegou num canivete e escreveu numa pedra:

- Hoje o meu melhor amigo salvou-me a vida.

Intrigado, o amigo perguntou:

-Porque é que depois que te magoei, escreveste na areia e agora escreves na pedra?

Sorrindo, o outro amigo respondeu:

- Quando um grande amigo nos ofende, devemos escrever onde o vento do esquecimento e o perdão se encarreguem de passar e apagar a lembrança, por outro lado, quando nos acontece algo de grandioso, devemos gravar isso na pedra da memória e no coração onde o vento não possa passar e apagar.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

O Cacete Mágico



Há muitos anos, um pai mandou o filho correr o mundo para ter dinheiro porque eles eram pobres.

O menino foi ter a casa de um carpinteiro e aí começou a trabalhar.

O rapaz ficou lá a trabalhar uns tempos.

O menino teve saudades do pai e quis voltar para casa.

O carpinteiro deu-lhe uma mesa mágica.

O menino viu que era uma longa viagem e resolveu dormir numa estalagem.

Quando o menino chegou à estalagem, mostrou a mesa mágica a toda a gente.

Entretanto, ele foi dormir e o homem da estalagem trocou a mesa mágica por outra mesa semelhante.

Passado algum tempo, o rapaz chegou a casa e deu muitos beijinhos e abraços ao seu pai.

O rapaz ia tão feliz para mostrar a mesa e as maravilhas que ela fazia.

Ele estava muito entusiasmado e disse muitas e muitas vezes as palavras mágicas mas a mesa nunca dava nada.

Então, ele decidiu pedir auxílio ao carpinteiro.

Algum tempo depois o rapaz chegou ao seu local de trabalho.

Aí, ele contou ao carpinteiro tudo o que lhe tinha acontecido.

O carpinteiro deu-lhe um saco roxo e disse:

-Só abres o saco na estalagem.

Saindo da casa do carpinteiro, o rapaz andou muito até ficar cansado e decidiu ir dormir na estalagem.

O rapaz foi tomar uma bela banhoca à casa de banho da estalagem. Depois de se lavar, foi lavar os dentes.

Todo contente, foi para a sua bela caminha vestir o seu pijama com bonequinhos e deitou-se.

Passado um tempinho, ele adormeceu.

Assim que ele adormeceu, o senhor da estalagem entrou muito silencioso para o quarto.

A seguir, ele pensou que no saquito roxo, havia grandes riquezas.

Abriu o saco e saiu de lá um cacete mágico que lhe bateu.

O rapazinho acordou e deu conta de tudo.

O senhor da estalagem, sem hesitar, contou a verdade:

-Há dias troquei a tua mesa por a minha porque a tua fazia- me comida com a sua magia e agora abri o saco roxo, de lá saiu um cacete.

Depois, o rapaz voltou para casa com a sua mesa mágica.

E trouxe o cacete mágico dentro do saco roxo.

O pai do menino que era alfaiate, com o dinheiro que ele gastava para comprar a comida, agora seria para outras coisas e quando fosse preciso comida o rapaz dizia as palavras mágicas e a mesa enchia-se de iguarias.

Depois de leres o conto, copia este link


http://aectic.no.sapo.pt/cacete_magico.htm

e joga.


terça-feira, 4 de novembro de 2008

O LOBO, A CABRA E OS SETE CABRITOS


Numa bela manhã, a comadre Cabra tinha-se enfeitado com os seus mais ricos adereços: uma saia vermelha com pintinhas brancas, uma blusa azul também salpicada de branco e um avental muito asseado.
Pegou no cesto das compras e, virando-se para os 7 cabritinhos, recomendou:
- Escutem bem a vossa mãe. Hoje é o dia da feira na vila. Para que possamos saborear um bom chocolate e belas tortas de fruta, preciso de dar uma saltada à Mercearia Faz
-Tudo e comprar géneros apropriados. Também aproveitarei para fazer uma visita à tia Chiba e, por isso, é possível que só possa regressar muito tarde a casa. Portanto escutem com atenção! Abram-me bem os olhos e arrebitem as vossas orelhas enquanto estiver ausente. Ouçam agora: Mestre Lobo devora os cabritos que não andem com muita cautela e, por muito que coma e devore, nunca tem a goela satisfeita! Receio bem que tente chamar-vos lá para fora, para cravar os dentes afiados em vocês. Também não abram a porta a ninguém, mal eu tenha saído de casa. A ninguém, ouviram bem?
- Sim, mamã!- disseram os sete cabritinhos ao mesmo tempo.
Então um deles, mais atinado, perguntou:
- Mas quando regressar como é que poderemos ter a certeza de que é, de facto, a mãesinha?
A mãe Cabra sossegou-os:
- Quando regressar da vila, passarei a minha pata branca pela fresta do postigo da porta e assim podereis certificar-vos de que sou eu. E a comadre Cabra lá foi às suas compras.
Mestre Lobo, que passava nas proximidades, notou a saída da comadre Cabra, e pensou:
- Desta vez, meus cabritinhos, é que não me escapais.
Com medo de assustar os cabritinhos se lhes uivasse na sua voz forte, pensou na melhor forma de os iludir. Porque não tomar umas colheres de açúcar, como fazem os cantores quando estão roucos? Resolveu então ir pedir um conselho à Mercearia Faz-Tudo. É claro que o merceeiro, ao ver um lobo tão corpulento, ficou aterrado e boquiaberto, enquanto o marçano tratou logo de se esconder atrás do balcão. Mestre Lobo pediu polidamente se lhe podiam vender uns ovos para uma gemada. Para se ver livre de cliente tão perigoso, o merceeiro ofereceu-lhe meia dúzia de ovos e um pouco de açúcar. O lobo devorou a gemada de um trago e tratou de regressar.
Mal chegou junto da casa dos cabritinhos, escondeu-se atrás dos arbustos, aproximou-se cautelosamente da porta e, com a sua grande pata, bateu três vezes: Truz... Truz... Truz!
Dissimulando a sua voz forte, suavizada pela gemada, latiu:
- Cabritinhos, abri a porta à vossa mãesinha, que já voltou da vila. Depressa, pois o meu cesto está cheio de pastéis de massa folhada, bolos e doces de creme. Está tão pesado, que até me custa a aguentar com ele às costas. Então... abri!
Os cabritos ficaram admirados por a mãe já estar de volta, quando os tinha avisado de que se demorava, e levaram certo tempo a responder. Então, mestre Lobo voltou a repetir, impaciente, com mais rudeza:
- Então, abram depressa! Abram a porta... mas abram!
Ouvindo esta voz que eles não conheciam, o mais ajuizado dos cabritos sempre arriscou finalmente:
- Decerto, vamos abrir... Mas, para o poder fazer, queremos, primeiramente, a tua patinha ver.
Mestre Lobo, remirando as suas escuras patas, compreendeu ser inútil insistir. E retirou-se todo triste. Mas durante o caminho pensou:
- Tenho de descobrir uma maneira de entrar. Ora vejamos... que hei-de fazer? ...Ah! Eis a solução: vou visitar o mestre padeiro e untar as minhas patas com a massa do pão, de bela farinha branca. As patas ficarão claras e, sem receio, já poderei mostrá-las aos cabritinhos. E o padeiro, que apanhou um grande susto ao vê-lo, untou-lhe a pata como ele pediu.
Chegado à soleira da porta dos cabritinhos voltou a bater.
Truz... Truz... Truz!
- Abri, meus cabritinhos queridos. É a vossa mãesinha que acaba de voltar da vila. Abri depressa, abri!
- Decerto vamos abrir... Mas queremos primeiro a tua patinha ver.
E o lobo tratou logo de passar a sua pata pelo postigo. Os cabritinhos, julgando ser de facto a sua mãe que chegava, abriram o ferrolho. O lobo empertigou-se todo e cresceu-lhe água na boca ao avistar os cabritinhos. Estes, ao verem uma grande língua vermelha sair do focinho do lobo, logo começaram a balir, atropelando-se uns aos outros, pernas para que vos quero, na ânsia de se salvarem. Procuraram esconder-se debaixo das camas, armários, mesas e outros móveis. Mas o malvado lobo encontrou-os e, duma assentada, devorou-os de uma só vez, à excepção do mais novinho que se tinha escondido na caixa de madeira do relógio alto.
Depois disto, mestre Lobo tratou de dormir uma sesta sob a macieira grande. O cabritinho mais novo tremia de medo, enquanto aguardava o regresso de sua mãe. Logo que mãe Cabra entrou finalmente em casa, este, lavado em lágrimas, contou o que tinha acontecido aos irmãos. Ao ouvir o triste relato da desgraça que acontecera, a comadre Cabra ia-se desfazendo em pranto de aflição e desespero: era necessário salvar o mais depressa possível os seus queridos cabritinhos. Pegou na grande tesoura de poda do jardineiro e aproximou-se resolutamente de mestre Lobo que ressonava a plenos pulmões, à sombra duma grande macieira. Dum golpe rápido rasgou o ventre do lobo, donde saíram saltitando, um a um, os seus pobres cabritinhos. Ainda estavam muito assustados mas, como o lobo os tinha engolido sem mastigar, só tinham sofrido um susto. O mais depressa que puderam ajudaram a mãe Cabra a encher de grandes pedras o ventre enorme do lobo, e depois trataram de correr para casa.
Logo que mestre Lobo acordou, sentiu-se pesado e com uma sede horrível. Lá se arrastou até ao poço do jardim para beber mais à vontade. Aproximou-se da borda e debruçou-se para meter a língua nessa água fresquinha. Mas eis que, no ventre, o peso das pedras lhe fez perder o equilíbrio e zás... caiu no poço. Arrastado para o fundo, logo morreu afogado, vítima da sua gulosice.
A comadre cabra e os seus cabritinhos começaram a dançar em redor do poço. Os vizinhos vieram felicitá-los e toda a gente estava muito satisfeita por se verem livres do lobo feroz.

Contos de Grimm

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Resposta ao desafio desta semana

Olá amiguinhos, o nosso Luís Caetano foi mais uma vez o primeiro a responder ao nosso desafio.

Parabéns Luís!!!! Continua a participar.



Diálogo com:

Sr.Correia e a sua esposa

- Está?

-Está? És tu, Susana?

-Sou eu mesmo? Que há?

- Nada, é só para saber se queres ir esta noite ao Tivoli.

-Dizem que o filme é muito bom. Estás interessada?

-Se estou... Acho que tiveste uma óptima ideia. Oxalá arranjes bilhetes.

-Penso que sim, é segunda-feira...

-Tens razão, normalmente às segundas- feiras há pouca gente.

-Está pronta às 8.

-Está descansado. Estarei pronta.

-Então, até logo.

-Até logo, querido.

Diálogo com:

Mário e Carlos

- Está?

-O Carlos está?

-Está sim. - Quem fala?

-Sou eu, o Mário. Como vai isso?

-Óptimo! -E tu que tens feito?

-Tenho andado com muito trabalho esta semana. Tive um ponto de Português e outro de Matemática.

-Então talvez agora nos pudéssemos encontrar.

-Claro. Podia lá faltar!

-É por isso que te telefono. Amanhã vem cá o António e o Diogo e gostava que tu viesses também.

- Pode ser?

-Está óptimo. Saio da escola às 3.

-Vai ser uma tarde bem passada. Tirei umas fotografias para um trabalho de Ciências e gostava de ouvir a tua opinião. A que horas podes vir?

-Por volta das 4 horas. Está bem?

-Então está combinado. Até amanhã, Mário.

-Até amanhã, Carlos. Cá te espero às 4.


quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Cruzamento de linhas


O desafio desta semana é o seguinte:


O Mário marcou, pelo telefone, um encontro com o Carlos.
O Sr. Correia, pelo mesmo meio de comunicação, propôs à mulher uma ida ao cinema. Aconteceu porém que as linhas se cruzaram...


Procura reconstruir os diálogos
Envia a tua proposta para cleitura@mail.com


Ficamos à espera da tua participação.

-Está?
-Está? És tu, Susana?
-O Carlos está?
-Está sim. Que há?
-Sou eu mesmo. Quem fala?
-Nada, é só para saber se queres ir esta noite ao Tivoli.
-Dizem que o filme é muito bom. Estás interessada?
-Sou eu, o Mário. Como vai isso?
-Se estou... Acho que tiveste uma óptima ideia. Oxalá arranjes bilhetes.
-Óptimo! E tu que tens feito?
-Penso que sim, é segunda-feira...
-Então talvez agora nos pudéssemos encontrar.
-Tens razão, normalmente às segundas- feiras há pouca gente.
-Tenho andado com muito trabalho esta semana. Tive um ponto de Português e outro de Matemática.
-Está pronta às 8.
-Claro. Podia lá faltar!
-É por isso que te telefono. Amanhã vem cá o António e o Diogo e gostava que tu viesses também.
- Pode ser?
-Está descansado. Estarei pronta.
-Por volta das 4 horas. Está bem?
-Então até logo.
-Até amanhã.
-Está óptimo. Saio da escola às 3.
-Vai ser uma tarde bem passada. Tirei umas fotografias para um trabalho de Ciências e gostava de
ouvir a tua opinião. A que horas podes vir?
-Então está combinado. Até amanhã, Mário.
-Até logo, querido.
-Até amanhã, Carlos. Cá te espero às 4.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A Família dos Ds

Mais uma contribuição de um aluno, desta feita foi o nosso amiguinho Diogo Santos, do 6ºB, que enviou o seu texto. Obrigada Diogo. Continua a participar!!!!!


Dina é o nome da minha tia. Domingos é o nome do meu tio, irmão do meu pai que se chama Dimas. Tenho um avô Diogo e uma avó Dilar. A minha mãe chama-se Débora e os pais da minha mãe chamam-se Duarte e Diolinda. Mas há mais: há a minha prima Daniela, a tia Denise, casada com o doutor Dias, as minhas primas Dalila e Diana e a minha irmã Dália, que ainda é muito pequenina para saber o nome. Quem assim fala dos seus parentes, todos da distinta família dos Ds grandes, é o D ainda pequeno – Chamo-me Dinis -diz ele - era para ser Carlos, calculem! Mas o meu avô Diogo, quando isto ouviu, segredou ao meu tio Dias e o meu tio Dias segredou à minha prima Dalila e a minha prima Dalila segredou ao meu tio Domingos que deu um encontrão ao meu pai que se preparava para escrever Carlos no livro de registo, e disse-lhe em voz alta “Carlos é com C. O rapaz tem de ter um nome começado por D, ou já te esqueceste?” O meu pai ficou muito corado e então escreveu por cima “Dinis”. E Dinis fiquei.

Sou do Douro, mas podia ter nascido num distrito qualquer ou na Dinamarca, quem sabe… Ainda gostava de lá ir um dia.


Diogo Santos

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

A galinha Ruiva

A galinha ruiva achou umas espigas de trigo.

Ela chamou o gato. Ela chamou o ganso. Ela chamou o

porco.

A galinha ruiva disse:

– Quem me ajuda a semear o trigo?

– Eu não – disse o gato.

– Eu não – disse o ganso.

– Eu não – disse o porco.

– Então semeio eu o trigo – disse a galinha ruiva.

E a galinha ruiva semeou o trigo.

O trigo cresceu.

A galinha ruiva disse:

– Quem me ajuda a ceifar o trigo?

– Eu não – disse o gato.

– Eu não – disse o ganso.

– Eu não – disse o porco.

– Então ceifo eu o trigo – disse a galinha ruiva.

E a galinha ruiva ceifou o trigo e levou-o para o moinho.

Depois de ter já o trigo moído e feito em boa farinha, a galinha ruiva disse:

– Quem me ajuda a fazer o pão?

– Eu não – disse o gato.

– Eu não – disse o ganso.

– Eu não – disse o porco.

– Então faço eu o pão – disse a galinha ruiva.

E a galinha ruiva amassou o pão, que ficou muito bem amassado, e cozeu-o no forno, muito bem cozido.

– Quem me ajuda a comer o pão?

O gato disse:

– Miau! Miau! Miau! Quero eu, quero eu, quero eu.

O ganso disse:

– Quá! Quá! Quá! Quero eu, quero eu, quero eu!

O porco disse.

– Gurnin! Gurnin! Gurnin! Quero eu, quero eu, quero

eu!

A galinha ruiva disse:

– Vocês não me ajudaram a semear o trigo. Vocês não me ajudaram a ceifar o trigo. Vocês não me ajudaram a fazer o pão. Pois então vocês não me ajudarão a comer o pão. Os meus pintainhos comerão o pão.

E a galinha ruiva e os pintainhos comeram o pão.

Quem não trabuca não manduca.

Está contada a história. Está dada a lição.

António Torrado, A Galinha Ruiva,  Editora Verbo